terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sinto-me só como um seixo de praia


Sinto-me só como um seixo de praia
Vivendo à busca no cristal das ondas,
Não sei se sou o que não sou. Pressinto
Que a maré vai morar no fundo d'alma.

Calo-me sempre se te escuto vindo
Marulho de incerteza e de agonia;
Há crenças deslizando nos meus traços,
Molhando a estátua do meu sonho antigo.

Declino-me nas frases dos rochedos
Nas pérolas de som do inesquecer
Na incrível sombra da montanha adulta.

E ao me curvar ao peso da memória,
Descubro meu reflexo obscuro
Num soneto de espumas inexatas.
Vinicius de Morais

domingo, 27 de janeiro de 2013

Pedido

Escrevo-te porque nunca me senti tão sozinha....
Fiz um ultimato ao meu coração, pedi-lhe que escolhesse entre tu e eu. Ele pegou nas suas coisas e partiu...
Deve ter ido procurar-te, certificar-se que estás bem, tentar proteger-te, não sei.
Por favor, peço-te que o procures, ele deve estar cansado e ferido.  Diz-lhe que volte para casa. Eu não o vou mais obrigar escolher. Afinal de contas também eu já me habituei a ver a tua imagem a passear pela minha cabeça, o teu sorriso a aquecer a minha caminhada....
Ele que volte, que eu prometo ficar com ele à espera daquele cruzamento em que a tua rua se cruza (uma vez mais) com a minha.
Minda


domingo, 20 de janeiro de 2013

(Des)ilusão

Hoje, ao contrário de todas as outras vezes, escrevo-te não para te dizer que te amo, nem para te pedir que voltes para mim. Escrevo-te para não me esquecer deste dia. O dia em que as tuas palavras me cortaram em pedaços como se fossem os mais afiados metais.
Estás-te a perguntar se te odeio por isso? Não, não te odeio por me mostrares quem realmente és, ou o que sentes verdadeiramente. Odeio-te por todas as mentiras e por todas as vezes que me fizeste sonhar e acreditar no amor, no nosso amor. 
Já tentei fechar o livro da nossa história muitas vezes, mas insistes em vir e escrever mais um capítulo, mas desta vez, foi diferente, vai ser diferente. Não me vou esquecer da frieza e indiferença das tuas palavras. E pela primeira vez sinto vontade de te tirar dentro de mim, não quero mais carregar este sentimento por alguém que afinal só existia no meu pensamento.... 
Eras a minha estrela... Era o teu sorriso que aquecia o meu dia. 
Agora a minha estrela perdeu a sua luz, e irá desaparecer no infinito como qualquer outra estrela cadente. Quanto a mim, vou pedir o meu desejo, e este é só meu e tem de se realizar. Quero esquecer-te....
D'aquela que um dia foi tua, e que te amou como ninguém te amará...
Minda


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Hoje o dia não me pertence

Hoje o dia não me pertence. 
Ofereci-o ao meu coração. 
Vou deixá-lo recordar-te e despedir-se de ti. 
Só assim ele vai poder esquecer que um dia ocupaste o quarto mais colorido da sua casa. 
Vou deixar que ele sinta saudades, que chore, se tiver vontade de chorar. 
E depois? Depois vou deixá-lo a sós com as lembranças, para que ele te possa esconder no seu cantinho mais secreto, o  lugar que ele guardou para ti, e que é só teu.
Hoje, só hoje, porque hoje o dia é dele e do vosso amor...
Minda

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mais uma vez, estou a pensar em ti



Uma vez mais um turbilhão de palavras irrompem do meu pensamento. Tantos que não serei jamais capaz de acompanhar. Pensamentos desorganizados acompanhados de imagens que teimo em relembrar até fazer doer. O ar falta-me, a dor corta cada pedacinho da minha pele. Não consigo nem por um instante responder aos pedidos de socorro que escorrem em pequenos riachos pelo meu rosto...
A tua imagem está tão gravada em tudo o que faço. Estás tão presente e tão ausente. Quero-te aqui, não quero só esta lembrança. Não quero ter de ver as tuas fotos vezes sem conta. Quero ver-te sorrir aqui ao meu lado, quero ouvir o teu riso doce, que me enche de raios de sol, que me aquece, que me iluminam... my star...
Preciso que sejas mais que uma colecção de memórias e mensagens que me recuso a apagar. Como recuso a apagar-te da minha vida. Não posso, não quero, não consigo. Mas onde estás agora? Onde está aquele abraço que me prometeste que iria durar para sempre?
Preciso tanto de ti... Preciso que digas que também sentes a minha falta.... que também te lembras daqueles momentos que foram só nossos... que tens saudades minhas.
O que é feito de ti? Em que pensas enquanto eu aguardo que voltes para o meu mundo? Quantas vezes mais tenho de olhar, sem sucesso, para o telefone enquanto espero uma mensagem tua? Quanto tempo tenho de esperar? Diz-me que vens, e eu espero. Sê feliz, mas volta para mim depois.
Diz-me que gostas de mim, enquanto olhas para mim, daquele jeitinho doce, como só tu sabes olhar-me.
Já tentei esquecer, mas os meus lábios recusam-se a acreditar que não vão mais tocar nos teus...o meu corpo não aguenta esta ausência de ti, do teu abraço....desculpa, mas não sei não te amar.
Minda